Conhecer experiências comunitárias de tratamento e reúso de água e dialogar com famílias e associações que utilizam essas tecnologias. Esse foi o objetivo do intercâmbio sobre Saneamento Básico Rural Apropriado ao Semiárido realizado nos dias 13 e 14 de março, em Juazeiro, com técnicos/as, agricultores/as e gestores/as municipais de Pernambuco.

Durante o intercâmbio, os/as participantes visitaram diversas experiências de Saneamento Rural, a exemplo do Reator UASB em escala comunitária, no povoado Açude da Rancharia, e das tecnologias em escala familiar como Bacia de Evapotranspiração (BET), Bioágua e Reator UASB com lagoas de polimento, na comunidade Cipó, ambas na zona rural de Juazeiro-BA.

Outra experiência visitada foi a Trilha da Convivência com o Semiárido no Centro de Formação Dom José Rodrigues (CFDJR), onde o grupo conheceu e discutiu sobre captação e armazenamento de água de chuva, saneamento rural com reúso de água, recaatingamento e produção agroecológica.

Para Orlando Santana, técnico do Centro Sabiá, que veio de Iguaraci-PE, o saneamento básico rural é fundamental para o fortalecimento da agricultura familiar. “A gente já trabalha com a questão do saneamento, mas a gente está vendo tecnologias, novos trabalhos, realidades diferentes, isso deixa a gente entusiasmado e também cheio de esperança para estarmos replicando lá em nossa comunidade, com as famílias que estamos assessorando”, avalia Santana.

Sentimento também partilhado por Vilma Américo, professora da rede municipal de Cumaru-PE, que ficou encantada com as tecnologias de saneamento para áreas rurais e quer levar essa iniciativa para o seu município. “Estamos encantados com tantas tecnologias que será possível implantar e desenvolver em nosso município, principalmente quando se trata de saneamento. Nunca tínhamos visto algo assim, mas superou as perspectivas. Vamos desenvolver, criar parcerias aqui com o Irpaa, porque as tecnologias são realmente maravilhosas”, destaca.

Boas notícias também para o município de Ouricuri-PE, de onde veio Simone Ferreira, que ressaltou a importância desses aprendizados para as comunidades acompanhadas através do Projeto Caatinga. “Estou voltando para a região do Araripe, com as famílias que trabalho, vou estar fazendo nova discussão bem mais ampla do que a gente chama de reúso de águas cinzas e eu sinto que algumas famílias que já tem um destaque maior com essas tecnologias vão abraçar essas falas. Esse encontro, essas informações que irei repassar para eles será um pontapé maior ainda para que eles consigam desenvolver suas tecnologias de forma melhor”, declarou.

O colaborador do Irpaa, Wemerson Cardoso, destacou que o intercâmbio proporcionou uma valiosa oportunidade para apresentar experiências de saneamento básico rural e discutir a relevância da Convivência com o Semiárido como perspectiva fundamental para o desenvolvimento rural sustentável. “É importante a gente compreender a importância do intercâmbio, essa troca de saberes e assim garantirmos a disseminação do conhecimento e poder tornar o Semiárido com muito aprendizado, com políticas públicas pautadas para a convivência e adaptadas ao nosso clima”, pontua.

Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: participantes do intercâmbio