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Como um reflexo da sociedade, as escolas de todo o Brasil não estão isentas do racismo. Segundo pesquisa realizada pela Nova Escola, com 1847 educadores, metade já presenciou situações de racismo onde trabalham.
No geral, 53,2% dos profissionais pretos e pardos declararam ter presenciado situações de racismo em ambiente escolar nos últimos 5 anos. Além disso, 23,71% dos professores negros alegam que já foram alvo de discriminação.
A falta de representatividade nos currículos também é uma realidade. Apesar das Leis 10.639, de 2003 e 11.645, de 2008 que regulamentam o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena; 6 em cada 10 professores ouvidos pela pesquisa dizem que não sabem ou afirmam que não existem investimentos em ações relacionadas com o ensino de história e cultura afro-brasileira em suas escolas.
“A escola é um espaço potente para a construção identitária das nossas juventudes. Leis como a 10.639 tornam-se extremamente importantes no nosso país. É urgente que novas diretrizes curriculares possam reforçar o quanto a cultura afro-brasileira é fundamental na nossa sociedade, para que nós, negros e negras, possamos nos reconhecer enquanto sujeitos ativos da história, com nossa música, religiões, gastronomia, estética e legado.”, diz Simone Reis, Gerente de Gente, Gestão & Diversidade da Nova Escola.
Quando perguntados se existe algum grupo de trabalho que se dedique a estudar e propagar essas questões nas escolas em que trabalham, 46,49% disseram que não, 20,77% não souberam responder, apenas 32,77% disseram que sim; e apenas 2 em cada 10 profissionais citaram referências de autores negros usados em sala de aula. Entre os nomes aparecem Machado de Assis (88 citações), Carolina Maria de Jesus (71), Conceição Evaristo (52), Milton Santos (43) e Djamila Ribeiro (42).
5 formas de atenuar essa realidade e criar um ambiente mais inclusivo:
Para mudar esse cenário nas escolas, a Nova Escola recomenda 5 ações fundamentais por parte dos educadores e espaços escolares:
1) Construir um PPP (projeto político-pedagógico) que inclua o compromisso por uma Educação Antirracista, com plano de ação definido;
2) Envolver as famílias e toda a comunidade em ações de valorização da cultura negra e indígena;
3) Elaborar ações para a construção de um ambiente escolar que valorize a diversidade e o respeito às diferenças, enquanto garante formação constante a respeito da temática étnico-racial;
4) Construir um acervo de materiais didáticos e livros que tratem da temática étnico-racial;
5) Criar um plano de ação para atuar em casos de discriminação, preconceito e racismo, junto com um espaço de reflexão e análise das práticas pedagógicas.
“Os educadores precisam estar preparados para trabalhar as questões raciais, culturais e de representatividade sempre, e não só próximo a datas como o Dia da Consciência Negra. Essa precisa ser uma pauta do ano todo, estruturada, e que faça parte do projeto político pedagógico da escola”, diz Ana Ligia Scachetti, Diretora Executiva da Nova Escola.
Metodologia do estudo citado
O levantamento trata-se de uma pesquisa espontânea, realizada de 27 de outubro a 08 de novembro de 2022, com 1.847 educadores de todo o Brasil via formulário online.
Dos respondentes, 945 se identificaram como brancos, 608 como pardos, 268 como pretos, 25 como amarelos e 11 como indígenas. 78,37% dos educadores que responderam ao estudo são do sexo feminino; 21,2% masculino.
Entre as idades, a maioria tem entre 41 e 50 anos (36,35%), em seguida, a faixa dos 51 aos 60 anos (28,16%) e 31 a 40 anos (21,68%). Um pouco mais de 6% têm entre 21 e 30 anos, e menos de 1% são menores de 20 anos.
O estudo ouviu, majoritariamente, profissionais da Rede Pública de ensino, que corresponde a mais de 85% dos respondentes. Os outros 20,96% são da rede privada. A maioria são professores/as (71%), em seguida coordenadores/as (11%) e diretores/as (4%).
Sobre a Nova Escola
A Nova Escola é uma organização de impacto social, sem fins lucrativos, que tem como missão fortalecer educadores para transformar a Educação pública brasileira e possibilitar que os alunos desenvolvam o máximo de seu potencial. Referência absoluta no desenvolvimento de conteúdo para professores desde 1986, quando atuava no segmento de revista impressa, em 2015, com o apoio da Fundação Lemann, transformou-se em uma plataforma digital, com mais de 3,1 milhões de acessos mensais. Produz Reportagens, Cursos autoinstrucionais, Formações, Planos de Aula e Materiais Educacionais, gratuitos, para apoiar professores, coordenadores pedagógicos e diretores que atuam na Educação Básica das escolas públicas brasileiras. Saiba mais em www.novaescola.org.br.