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Carretas de mineradora atolam e impedem deslocamento de moradores de Sento Sé

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Na noite da última quarta-feira (22), moradores/as de comunidades localizadas na Borda do Lago de Sobradinho, em Sento Sé, foram surpreendidos/as com um grande engarrafamento na estrada que dá acesso à sede do município. Em meio à chuva que caía, trabalhadores/as ficaram sem poder chegar em casa porque duas carretas que transportavam minério da Tombador Iron Mineração ficaram atoladas em um trecho da BA-210, na entrada das comunidades Aldeia, Pascoal e Limoeiro.

Até a manhã de hoje (23), os/as moradores/as das comunidades ribeirinhas não conseguiam passar pela estrada. Com as chuvas que caíram na região nos últimos dias, os impactos das carretas que transportam o minério de ferro foram intensificados. A situação chegou a um ponto tão absurdo, com enormes buracos e lama, que até mesmo os veículos de grande porte ficaram impossibilitados de trafegar.

Em vídeos divulgados nas redes sociais, moradores expressaram sua indignação. “Tô parado aqui, não posso nem chegar em casa”; “Sete e meia da noite, chovendo, a estrada interditada com carreta e ônibus da firma, enquanto a estrada não sair, vai ser esse caos aqui direto”; “Cadê o asfalto, prefeita e governador da Bahia?”, desabafou a população local.

No final do mês de janeiro deste ano, moradores/as das comunidades tradicionais ribeirinhas de Sento Sé ficaram 12 dias mobilizados em protesto contra os impactos da Tombador Iron Mineração e reivindicando o asfaltamento de cerca de 100 km da BA-210. O protesto foi encerrado devido a uma decisão judicial que favoreceu à mineradora e, até hoje, após mais de um mês, as comunidades continuam sem respostas às suas solicitações.

No último sábado (18), o bispo da Diocese de Juazeiro, Dom Beto Breis, acompanhado de agentes pastorais e pesquisadores/as, visitou as comunidades de Aldeia, Pascoal, Limoeiro e Tombador. Após ouvir os clamores do povo, Dom Beto divulgou um documento em apoio às comunidades e chamando a atenção para os empreendimentos que em nome do “desenvolvimento” não respeitam a vida humana e o cuidado com Criação. Na carta, o bispo também destacou a situação da estrada em períodos de chuva, com fotos tiradas no dia da sua visita.

De acordo com a população local, o tráfego de veículos pequenos já está liberado, apesar das duas carretas ainda continuarem atoladas. No entanto, os/as moradores/as denunciam que rejeitos da produção da Tombador Iron foram utilizados para aterrar trechos da estrada.

Texto: Comunicação CPT Juazeiro/ Vídeos: Moradores locais.

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