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Potencialidades do Semiárido, valorização da agricultura familiar e Vila da Economia Solidária marcam primeiro dia do Semiárido Show 2023

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“Essa feira mostra para o Brasil e para o mundo um novo Semiárido, não é o Semiárido da desgraça e da fome, da miséria, do ‘povo feio’, mostra o Semiárido possível, viável, de riquezas, belezas, um Semiárido de muitas potencialidades (…) Aqui é onde tem o maior número de agricultores/as rurais do Brasil”, foi com essas palavras que, na manhã desta terça-feira (01), o Coordenador Geral do Irpaa, Cícero Félix, iniciou sua fala na abertura da 10ª edição do Semiárido Show, uma feira de inovação tecnológica voltada para a agricultura familiar do Semiárido brasileiro. Cícero também destacou a importância da presença dos/as agricultores/as, técnicos/as de instituições não-governamentais e governamentais que participam e fazem este grande evento acontecer.

A solenidade de abertura contou com a participação de representantes políticos do Governo Federal, a exemplo do Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; de estados do Semiárido e de municípios da região. Além de lideranças de diversas organizações sociais e não governamentais.

Com o tema “Ciência e Tecnologia Promovendo o Desenvolvimento”, o Semiárido Show está sendo realizada na Embrapa Semiárido, em Petrolina-PE e, nesta edição, tem uma expectativa de público em torno de 15 mil pessoas, entre agricultores e agricultoras, técnicos/as, estudantes e pesquisadores/as de todos os estados do Nordeste. Com uma programação vasta que conta com seminários, palestras, oficinas, reuniões, workshops, dias e demonstrações de campo, além da III Feira da Agrobiodiversidade e Soberania Alimentar, do Encontro das Juventudes do Semiárido, da Vila da Economia Solidária.

Ao chegar na Vila da Economia Solidária, os/as visitantes encontram a Casa da Convivência, um ambiente aconchegante, com móveis rústicos e elementos decorativos característicos do Semiárido. Passando pela Casa, os/as visitantes podem conhecer cinco tecnologias sociais que vão desde o filtro caseiro para tratamento de água para o consumo humano; canteiro econômico que reduz o tempo de irrigação das hortaliças, já que a água não infiltra no solo; até réplicas de saneamento básico rural e reúso de águas como: sistema bioágua familiar para tratamento de águas cinzas; Bacia de Evapotranspiração (BET) para águas fecais; e reator UASB para tratamento de Esgoto Total.

Após conhecer as tecnologias sociais, os/as visitantes chegam à Vila, com uma média de 30 empreendimentos da agricultura familiar de diferentes estados do Nordeste, expondo e comercializando produtos como comidas, bebidas e uma diversidade de artesanatos, incluindo peças da cultura indígena.

A Vila da Economia Solidária tem um espaço dedicado ao artesanato indígena, uma forma de valorizar e dar visibilidade à cultura e ao povo indígena tão desrespeitado historicamente. São colares, brincos, instrumentos como maracá, pinturas e histórias que encantaram os/as visitantes. O indígena João Monteiro de Souza Júnior, mais conhecido como Júnior Truká, relata o sentimento de expor e comercializar as peças que fazem parte da sua cultura, fazendo com que mais pessoas tenham acesso a ela. “A gente se sente privilegiado em ser convidado para uma feira tão bonita e tão bacana como essa. Um espaço muito legal e é muito bom a gente tá trazendo a nossa cultura, mostrando um pouquinho da nossa realidade, da nossa cultura indígena. Um espaço muito interessante onde a gente pode trazer nossa cultura e vê também outras culturas”.

Rede Mulher do Território Sertão do São Francisco (TSSF) também está presente na Vila comercializando produtos como sequilhos, biscoitos, artesanatos, etc., produzidos por mulheres integrantes da Rede. A coordenadora municipal da Rede Mulher em Sento Sé, Luciana Ferreira da Silva, do Assentamento Antônio Guilhermino Potiguar, conta sobre o sentimento em participar da Vila da Economia Solidária “É a primeira vez que eu estou participando trazendo produção para o Semiárido Show e me sinto muito grata por estar neste espaço maravilhoso representando a Rede Mulher”.

Clarice da Silva Duarte Evangelista, que está comercializando umbuzada, doce de leite, galinha caipira, pirão e salada, no Quiosque da Umbuzada, empreendimento inaugurado a menos de 1 ano, no distrito de Massaroca, em Juazeiro fala que o sentimento de orgulho toma conta por ser um grupo de agricultoras familiares que marca presença na Vila da Economia Solidária.

Centenas de pessoas, entre jovens, mulheres e homens circularam pela Vila neste primeiro dia evento, entre eles, a doutoranda em fungicultura, Débora Ferreira, que é de Fortaleza e fez questão de participar do primeiro dia do Semiárido Show. Ela conta o que achou da Vila da Economia Solidária “O espaço tá muito bonito, tá muito bem dividido, tá difundindo bem o que as famílias e comunidades produzem (…) tá muito diversificado, tá muito bonito”. Débora destacou também que o Semiárido Show é uma oportunidade de evidenciar as potencialidades da região “até mesmo muitas pessoas que moram aqui não conseguem enxergar o potencial que o Semiárido tem, não só na produção, mas também nas especiarias (beneficiamento) que o povo faz”, assim, a Vila pode ser considerada uma vitrine das diversas possibilidades da agricultura familiar.

O Semiárido Show 2023, que acontece até sexta-feira (04) é realizado pela Embrapa, em parceria com o Irpaa.

Sobre Recaatingamento no Semiárido Show

Na tarde deste 1º dia de evento, ocorreu a palestra ‘Recaatingamento’ que discutiu com os/as participantes sobre as ações embasadas na Convivência com o Semiárido, voltadas aos aspectos sociais e produtivos, como o estímulo à apicultura e à melicultura, por exemplo, em prol da Caatinga em pé. Além de estimular a valorização da Caatinga nos territórios rurais. Na demonstração de campo, visitantes também puderam conhecer de perto a réplica de uma área de Recaatingamento.

Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa

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