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A primavera começa oficialmente apenas em 23 de setembro às 03h50 (horário de Brasília) para a maior parte do território brasileiro, mas a estação meteorológica de mesmo nome já teve início desde a última sexta-feira (01).
Isso ocorre por causa de dois conceitos diferentes: as estações astronômicas e meteorológicas. Simplificando, dá para dizer que:
As estações astronômicas são aquelas que aprendemos na escola, definidas pela posição da Terra em relação ao Sol.
Já as meteorológicas ou climáticas são aquelas estações que sentimos na prática, definidas pelo ciclo anual de temperatura e por datas precisas.
Tudo isso acontece porque astrônomos e outros pesquisadores usam pontos na órbita da Terra ao redor do Sol para definir as mudanças entre diferentes estações. Ou seja, eles utilizam as datas dos solstícios (em torno de 21 de dezembro e 21 de junho) e dos equinócios (em torno de 20 de março e 22 de setembro) para indicar as estações.
Assim, devido aos anos bissextos, as datas desses fenômenos astronômicos que marcam a posição do Sol em relação à Terra podem mudar um ou dois dias ao longo do tempo, o que também causa deslocamentos nas datas de início das estações astronômicas.
Mas geralmente, aqui no hemisfério sul, as estações astronômicas são assim:
O verão astronômico começa em torno de 21 de dezembro.
O outono astronômico em torno de 20 de março.
O inverno astronômico em torno de 21 de junho. E a primavera astronômica em torno de 22 de setembro.
Por outro lado, os meteorologistas dividem as estações de acordo com os ritmos climáticos e o calendário gregoriano, aquele utilizado na maior parte do mundo. Assim, as estações meteorológicas são divididas dessa forma:
O verão meteorológico abrange dezembro a fevereiro.
O outono meteorológico vai de março a maio.
O inverno meteorológico ocorre de junho a agosto.
E a primavera meteorológica se estende de setembro a novembro.
Para meteorologistas e climatologistas, essa divisão é importante porque com ela eles conseguem analisar dados de meses inteiros, o que facilita na análise de padrões históricos.
Portanto, no hemisfério sul, já estamos na primavera meteorológica, que começou dia 1º de setembro e vai até o fim de novembro.
E como vai ficar o tempo?
Pronto, entendida a diferença vamos agora ao prognóstico do tempo, elaborado a pedido do g1 pelo meteorologista Bruno Kabke Bainy, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp.
Ele destaca 5 principais pontos:
teremos meses (setembro-novembro) com características típicas de El Niño;
nesse período, as secas vão se concentrar mais no Nordeste e Norte do país, embora repercutam um pouco no Centro-Oeste e Sudeste;
mais chuvas excessivas na região Sul;
uma incerteza sobre o prognóstico de chuva na faixa que abrange os estados de São Paulo e Mato Grosso;
e, de forma geral, um quadro de temperaturas mais altas em todo o território nacional.
De acordo com o especialista, as temperaturas deverão ficar acima da média em grande parte do país, com exceção do Sul, que pode ter um pouco mais de chuva.
Isso significa que podemos esperar mais calor e menos frentes frias ao longo dos próximos meses. No entanto, ainda pode haver alguns dias mais gelados de vez em quando, mas eles não devem ser tão intensos ou longos.
O destaque fica mesmo para as regiões Centro-Oeste, Norte e oeste do Nordeste, que podem ter as maiores diferenças de temperatura, com até 1,5ºC acima do normal (veja no mapa abaixo).
“Os modelos apresentam altas probabilidades de temperatura acima da média em todo o país. Isso em parte pode ser por causa do El Niño, que influencia mais as temperaturas do Sudeste. Agora provavelmente temos outras forças em jogo, como as mudanças climáticas”, diz Bainy.
G1