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Água é direito e não mercadoria!

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A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), rede que agrega cerca de 3 mil organizações da sociedade civil que atuam no Semiárido, lamenta que uma política como o Programa Cisternas, que tanto mudou a vida do povo sertanejo, tenha sido usada como moeda de troca durante os últimos anos, prejudicando quem mais precisa, como denuncia a matéria publicada hoje (03/02/23) pela Folha de São Paulo.

Ao longo dos seus 23 anos, a ASA se dedicou e continua se dedicando a construir um Semiárido com dignidade, tendo à água como elemento central na mudança de vida das pessoas. Vimos milhares de histórias sendo recontadas a partir da chegada das cisternas e nos indignamos ao saber que parte do povo continua tendo esse direito negado, e que essas
pessoas tenham sido usadas em benefício de organizações corruptas, que mancham a trajetória dessa que é uma das políticas mais reconhecidas, premiadas e bem-sucedidas mundialmente.

Um dos critérios fundamentais do Programa Cisternas sempre foi a não comercialização das
cisternas. Através dessa política, aproximadamente 1.250.000 famílias tiveram acesso à água de beber e 200 mil têm água para produzir seu próprio alimento. Uma verdadeira revolução na vida de homens, mulheres e crianças, que foi capaz de mudar também a imagem que se tinha de um território, reconhecendo toda a sua potencialidade.

No entanto, calcula-se que 350 mil famílias ainda não têm água para beber e cozinhar; e 800
mil ainda não têm acesso à água para produção de alimentos. É urgente a retomada do Programa Cisternas nas bases em que ele foi construído, privilegiando o controle social e a lisura de todo o processo! Exigimos a apuração imediata e que as organizações e grupos envolvidos nas fraudes sejam excluídos do rol de entidades credenciadas para implementação de tecnologias de convivência com o Semiárido.

Semiárido Vivo! Nenhum Direito a Menos!

Articulação Semiárido Brasileiro (ASA)

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