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A Programação de São João é como escalação de seleção brasileira: não agrada a todo mundo. Mas há argumentos mais legítimos que insultar as gerações passadas, dando-lhes como desprezo a justificativa de que “o novo sempre vem”.
É verdade que, hoje em dia, as mídias sociais influenciam a contratação de quem está “estourado” no Tik Tok. Porém, isso só acirra a discussão quanto a ausência de nomes identificados com o gênero que notabilizou Luiz Gonzaga como rei do baião: o forró.
Não acho descabida a manutenção dos aspectos culturais de antigamente, pois são valores que marcaram gerações inteiras e que deviam ser tratadas com mais consideração.
Ao perder o contato com sua essência, a festa se transforma em uma coisa viva, mas sem alma. Temos que profissionalizar o evento, mas resguardá-lo, ainda que por força de lei, para que não sofra solução de continuidade.
Se cada gestor inventar de “carimbar” a festa de São João usando um “selo de vaidade”, além de menos garantias da preservação das características tradicionais, caminharemos para o fim definitivo de sua identidade cultural, em detrimento de um comportamento político-eleitoral.
E o São João não tem prefeito.
Não necessariamente defender os costumes é ofuscar o brilho das estrelas da moda… – Ou rivalizar com os mais jovens, pois é deles o direito de experimentar dos prazeres de agora. O que “velhos forrozeiros” querem é a alegria de todos os Santos, em todos os junhos, até para não perderem da memória a lembrança mais feliz de suas vidas…
– “Havia balões no ar Xote e baião no salão E no terreiro, o teu olhar Que incendiou meu coração”.
Misael Nóbrega de Sousa