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Capacidade de suporte da Caatinga para a caprinovinocultura é tema de formação em Comunidade Tradicional de Fundo de Pasto em Remanso

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Tamanho da terra adequado para uma família conseguir produzir e viver dignamente, escolher criação de animais de pequeno porte e desenvolver práticas de manejo que levem em consideração as características do lugar. Esses são alguns dos principais assuntos que envolvem as discussões sobre formas de produção apropriadas ao Semiárido. E uma prática importante para que isso seja possível é saber identificar se a quantidade da criação de caprinos e ovinos pode provocar o chamado superpastoreio, que é, em resumo, quando tem mais animal numa área do que é suportado.

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Esse tema foi abordado nesta quinta-feira(1), em uma atividade comunitária de formação com as famílias assessoradas pelo projeto Bahia Produtiva na Comunidade Tradicional de Fundo de Pasto Xique-Xique, em Remanso. A região teve uma mudança significativa da disponibilidade de território para a criação depois que houve o cercamento de uma extensa área de terra no entorno. As informações são de que um grande proprietário isolou mais de 10 mil hectares, o que deve comprometer a criação nas imediações.

Atualmente, os/as filiados/as à Associação da Comunidade de Xique-Xique e Arredores contam com uma área já certificada como fundo de pasto de pouco mais de 4,6 mil hectares. A média de animais por família é em torno de 50 cabras e/ou ovelhas. Durante a atividade, houve debate sobre a importância da união em defesa do território tradicional e teve atividade prática de como fazer um levantamento da capacidade de suporte da Caatinga.

Os conhecimentos partilhados sobre o cuidado com a Caatinga foi um dos destaques para a agricultora Sofia Gonçalves, que tem mais de 50 criações. “De hoje em diante a gente já vai entender que a gente tem que criar conforme a Caatinga. Não pode criar muito, porque não tem como. A área que a gente tem é suficiente, mas tem muito morador que cria também, aí não pode acumular muita criação em pouco pasto”. Dona Sofia também ressalta que “tem muita gente que tem planta em casa e não sabe para quê aquela planta serve, deixa (sendo) que é uma forragem boa pros animais e a gente não sabe”.

“Foi muito bom, é uma coisa que a gente tem mais conhecimento. A gente não tinha conhecimento de quanto uma criação comia, a quantidade [de animais] e falando também sobre os caroços que as galinhas têm, que chegam até a morrer […]”, destaca o agricultor Gilmar Pereira, que, assim como os/as demais participantes, também aproveitou para tirar dúvidas sobre doenças nos animais e o que fazer, inclusive utilizando de remédios naturais para combater as enfermidades.

O colaborador do Irpaa, Ivonaldo Rodrigues, que acompanha as famílias assessoradas em Xique-Xique, enfatiza que, além de defender o território, “os agricultores precisam se apropriar do espaço que eles têm. Às vezes, tem um plantel grande de animais e pensa que uma terra de dez, de cinco hectares é suficiente[…]”. Ivonaldo complementa ressaltando que, ao aprender a fazer esse cálculo do suporte da Caatinga, o/a criador/a “vai compreender que se ele tiver uma determinada quantidade de animais, vai precisar de uma quantidade de terra bem grande, que às vezes eles não detêm. Aí, ele vai precisar fazer o suporte para tentar resolver esse problema. Diminuir o rebanho ou produzir o alimento, armazenar […] Então, a atividade se torna importante pra isso, para começar a compreender o espaço que eles têm e qual a capacidade de produção que a terra deles suporta de animais”.

O projeto Bahia Produtiva é uma ação da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), com recursos do Governo do Estado da Bahia e do Banco Mundial.

Texto e Fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa

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