Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
Um dos principais pontos turísticos do Vale do São Francisco, a Ilha do Fogo, que fica situada entre os municípios de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e Juazeiro, no Norte da Bahia, está tendo a beleza ofuscada pela falta de cuidado. O excesso de lixo e a falta de infraestrutura são alguns dos problemas que tomam conta do balneário.
“Gosto de curtir a beleza do Rio São Francisco, que é muito bonito, só não gosto da sujeira”, diz a trabalhadora rural Marilane Dantas, que é de Juazeiro do Norte, no Ceará, e mora há nove anos em Petrolina.
O lixo está espalhado por toda parte. Na área dos banhistas, no acesso ao cruzeiro e aos banheiros, que por sinal, também estão em péssimas condições. A rampa é uma estrutura de madeira improvisada. Danificada pela ação do tempo, gera risco de acidentes. A ausência de salva-vidas também é alvo de reclamações.
A lha do Fogo atrai moradores e turistas que visitam a região. Entre 2012 e 2015 a Ilha foi administrada pelo 72 Batalhão de Infantaria Motorizado (72 BIMTz) do Exército. Deste então, a população não sabe a quem recorrer, pois há uma longa indefinição quanto à posse e às responsabilidades sobre o balneário.
“As poucas coisas que são feitas aqui, as próprias pessoas que frequentam a Ilha do Fogo é que fazem mutirão”, ressalta a professora Patrocínia Maria Santos.
A Ilha do Fogo, assim como todas em território nacional, é propriedade da União, mas a Prefeitura de Petrolina, disse em nota, “que detém a posse provisória da Ilha do Fogo, cedida pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU)”.
Ainda segundo a nota, um estudo coordenado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi reconhecido que, pelo uso histórico, as Ilhas do Fogo e Rodeadouro são pertencentes ao Estado da Bahia. Porém, isso ainda não foi regulamentado definitivamente. “O estudo foi enviado ao Ministério Público de Pernambuco para ser encaminhado aos governadores dos estados e para aprovação das assembleias legislativas de Pernambuco e Bahia”, diz o texto.
Também por nota, a prefeitura de Juazeiro alega “que o município não “recebeu” a Ilha do Fogo de maneira oficial, ou seja, não há nenhuma documentação passando a responsabilidade para o município”.
Ainda segundo a nota, “mesmo sem a responsabilidade oficial passada ao município, o SAAE realizou vários serviços de limpeza na ilha, os quais passarão a ser realizados pelas equipes de agentes de limpeza da Secretaria de Serviços Públicos (SESP). Em tempo, o SAAE realiza a coleta de lixo aos domingos na localidade”.
Em nota, a Secretaria do Patrimônio da União, por meio Superintendência do Patrimônio da União de Pernambuco disse “que o imóvel conhecido como Ilha do Fogo pertencente ao patrimônio da União, está registrado no cartório de registro de imóveis do município de Petrolina”. Ainda segundo a nota, “em 2015, após a desocupação pelo Exército Brasileiro, o imóvel foi cedido provisoriamente ao município de Petrolina, a fim de que fosse guardado e preservado de invasões e depredações até a decisão final do procedimento administrativo que trata da cessão de uso definitiva”.
A Superintendência vinha aguardando a definição do projeto de utilização da ilha por parte do município de Petrolina, quando foi informada sobre a existência de estudos propondo a alteração dos limites interestaduais, e que a ilha estaria localizada no município de Juazeiro na Bahia. A Superintendência aguarda resposta à consulta feita ao IBGE sobre a existência de tais estudos sobre a alteração dos limites interestaduais”.
Também por nota, o IBGE informou “que recebeu um ofício da Superintendência do Patrimônio da União em Pernambuco sobre os limites entre a Bahia e Pernambuco. O ofício foi direcionado para diretoria específica, na sede do IBGE, no Rio de Janeiro, mas ainda não teve resposta”.
Na nota, o Instituto informou ainda “que não é do IBGE a responsabilidade por definição ou alteração de limites. No caso entre Bahia e Pernambuco, cabe avaliação por meio dos estados, normalmente, envolvendo os órgãos responsáveis pela divisão territorial”.
Enquanto o impasse sobre a administração da Ilha segue, o espaço continua sofrendo com o acúmulo de lixo, insegurança e precarização dos espaços.
“São necessárias mudanças urgentes nesse lugar, porque tem um potencial gigantesco para a população em si, mas se perde nessa problemática inteira”, afirma o músico Thyago Jae.
g1 petrolina