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Em nome da energia solar segue a destruição no Semiárido

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A chamada era do antropoceno, esse novo período geológico, caracterizado pela drástica interferência do ser humano no planeta, trouxe desafios colossais, inclusive para o próprio ser humano na medida que há degradação dos recursos naturais, mudanças climáticas de alto impacto e extinção em massa de espécies. Assim, portanto, não há dúvidas quanto a necessidade de se desenvolver e ampliar a produção e oferta de energias mais limpas, como é o caso da energia fotovoltaica (energia solar).

Frente ao grave cenário global, implementações e o desenvolvimentos da diversificação de matrizes energéticas limpas, como é o caso das energias eólica e solar no Brasil são muito bem vindas, justamente para criar alternativas às outras matrizes que trazem fortes impactos, a exemplo das hidroelétricas (via construção de barragens, desvios de rios…) e as termoelétricas (que utilização a queima de carvão).

Importante, porém, não perder de vista que a própria energia solar produz impactos que precisam ser devidamente considerados, como os impactos ambientais da manufatura das placas solares, do descarte de equipamentos e dos impactos no próprio ambiente/contexto que as usinas fotovoltaicas são instaladas. A construção dessas usinas, por exemplo, compromete a fauna à medida que há perda de habitat natural e alimentação, além da degradação da área no que diz respeito a terraplanagem, retirada de cobertura vegetal…

Como migrante sertanejo vinha acompanhando esse processo de chegada da energia solar na região do semiárido nordestino com entusiasmo. Contudo, atualmente sou tomado por grandes preocupações. Tenho presenciado, inclusive no seio da família, a venda de enormes extensões de terras da Caatinga, sobretudo para investidores do Sul e do Sudeste, quando não do exterior.

À primeira vista parece ser um atrativo negócio para os envolvidos, uma vez que a terra no semiárido, via de regra, é muito barata se comparada com o valor de terras em outras regiões do Brasil. Um hectare, por exemplo, no interior de Casa Nova (Bahia) pode ser negociada por R$ 400,00 a R$ 1.000,00, enquanto em regiões do Sul ou Sudeste do país chega até R$ 80.000,00!!!

Segundo as leis ambientais do país (a exemplo da Lei 12.651/2012), ao degradar uma faixa de terra há que se garantir uma área com cobertura de vegetação nativa, a reserva legal. No caso da Caatinga, a reserva deve ser de 20% do total da área. Contudo, o que se vê na prática é que as áreas escolhidas para a reserva são as mais degradadas. Quase que uma proteção inócua.

O sertanejo, vendo ofertas sedutoras, tem vendido suas terras para empresas e investidores implantarem suas usinas no semiárido. Nessa grande região do Brasil, a terra é muito mais barata e tem sol em abundância praticamente todo o ano. Um grande negócio! A questão é que a implantação de usina significa a supressão de toda vegetação. Sabe-se o quanto o ecossistema da Caatinga é frágil e com essa corrida ao “ouro solar” mais um impacto em plena era do antropoceno está em curso.

Além desses impactos há que se considerar a perda dos vínculos com a terra. Normalmente essas terras fazem parte das histórias das famílias dos sertanejos. Para se ter uma ideia desses vínculos, as árvores têm nomes, como é comum se dar nomes aos umbuzeiros das fazendas.

É óbvio que esse novo ciclo (ouro solar?) faz circular algum tipo de economia e que há um avanço em termos de produção de energia via uma matriz mais limpa. A questão que se coloca é a grande contradição que se explicita nesse processo que se diz pró-ambiente e limpo. Ou seja, em nome do “verde” e com toda a propaganda e apelo causado pela crise ambiental há novas especulações financeiras, degradação da flora e da fauna, perdas fundamentais de vínculos com a história, com a tradição e exclusões sociais a médio e longo prazo se anunciam.

A ironia na atual política e prática de implementação e desenvolvimento de energia solar, sobretudo no semiárido brasileiro, é que em nome do meio ambiente se destrói a Caatinga, o sertanejo perde seu vínculo com a terra…

O semiárido, uma parte do Brasil já pejorativamente representado como um lugar atrasado e feio, é mais uma vez golpeado, agora em nome de um progresso que se diz “verde e sustentável”. É assim que iremos responder aos nossos atuais desafios colossais da hecatombe que já vivemos?!

* Marcelo Silva de Souza Ribeiro é doutor em Educação, professor do Colegiado de Psicologia da Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco)

Foto ilustrativa

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