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IRPAA: Rodas de aprendizagem fortalecem trocas de conhecimento

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Entre os diversos ensinamentos deixados por Paulo Freire está a construção do conhecimento a partir dos diversos saberes. Segundo o educador, que é a maior referência na educação brasileira, “não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”. O preceito de Paulo Freire ganha força na expressão do agricultor Gildázio Linduvico, após a participação em uma atividade denominada Roda de Aprendizagem, onde participantes expõem seus conhecimentos e colaboram para a construção de saberes coletivos. “O veterinário, nós aprende com ele e ele aprende com a gente”, apontou Gildázio, numa demonstração que a assessoria técnica deve ser um processo formativo, unindo conhecimentos científicos e populares.

Cuidar dos animais é uma atividade rotineira para as pessoas do Semiárido, que desde cedo conseguem notar os sinais que indicam problemas na criação, bem como praticam manejos que são passados de geração em geração. Aos poucos as comunidades misturam o conhecimento popular ao científico. “Não pode castrar o criatório muito novo […] e pra o caba comprar a criação tem que ver, olhar a pele da criação, a boca da criação”, explica Gildázio demonstrando a união entre o que já sabia e o que aprendeu na Roda de Aprendizagem.

Esse diálogo fortalece um manejo que leva em consideração o bem estar dos animais e aprimora métodos como a castração com utilização do burdizzo. O agricultor Felipe Antônio, que também participou da formação, destaca a construção contínua dos aprendizados. “Foi bom que a gente aprendeu mais o manejo com a criação, a gente cada dia que passa vai aprendendo mais”, expressa Felipe.

A Roda de Aprendizagem realizada na comunidade Pimenteira, em Remanso-BA, no final de agosto, abordou temas como a análise da dentição (para referência de idade dos animais e planejamento de descarte), escolha do reprodutor, manejo das instalações, alimentação dos animais e a mineralização no processo de prevenção das verminoses, com ênfase em ingredientes da Caatinga e uso do método Famacha, que segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, é o método mais indicado para controle de verminoses, que se alimentam do sangue dos animais, causando diferentes graus de anemia.

A atividade foi facilitada pelo colaborador Bruno Gonçalves e a colaboradora Tayná Ferreira. Segundo Tayná, “a partir dessa Roda de Aprendizagem é possível observar o fortalecimento das orientações que são realizadas com as famílias, no que se refere a importância da sustentabilidade das suas produções e para isso a gente conta com as técnicas simples que as famílias podem aprimorar as suas atividades produtivas, tratando do manejo dos animais, desde o manejo sanitário, reprodutivo ao alimentar, com o potencial que a Caatinga oferece”.

O Irpaa defende que o manejo sanitário e a alimentação dos animais precisa ser pensado a partir do nosso contexto, tendo como foco a Convivência com o Semiárido, valorizando o tripé: bem estar animal, geração de renda e qualidade de vida para as famílias agricultoras.

A formação é parte de um projeto desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, órgão ligado ao Governo do Estado da Bahia, que conta com recursos advindos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – FIDA.

Texto: Tayná Ferreira e Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Foto: Tayná Ferreira

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