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“Minha ciranda não é minha só
Ela é de todos nós”
Embaladas pela canção “Minha Ciranda”, de Lia de Itamaracá, cerca de 60 mulheres dos 10 municípios do Território Sertão do São Francisco (TSSF) marcaram presença na 21° Assembleia Territorial da Rede Mulher, realizada entre os dias 22 e 24 de setembro, no Centro Comunitário Antônio Conselheiro, em Sobradinho-BA. Este ano, a Assembleia trouxe como tema “Justiça social e defesa de direitos: pela vida das mulheres, das caatingas e das águas”, com objetivo de discutir temas geradores fundamentais para o planejamento estratégico de ações a serem realizadas ao longo do ano de 2024.
Para isso, as representantes participaram de formações que abordaram as seguintes temáticas: Comunicação para garantir o acesso à terra; conquistas de direito para assegurar a permanência na terra; direitos e conquistas para as mulheres; e mulheres na proteção da natureza e geração de renda, de modo a sensibilizar as mulheres multiplicadoras sobre estes assuntos possibilitando que essas discussões cheguem a outras mulheres nas comunidades dos 10 municípios que integram a Rede Mulher TSSF. Nesse sentido, a coordenadora territorial da Rede, Gizeli Maria Oliveira destaca: “As discussões dos quatro temas na assembleia visam aprofundar o conhecimento das mulheres para que se tornem multiplicadoras em suas comunidades”.
As mulheres também participaram de oficinas de estética, dança e culinária, com objetivo de despertar as mulheres para atividades geradoras de renda, como explica Gizeli, “São oficinas dadas pelas próprias mulheres para mostrar para as demais que essas atividades são possíveis de serem desenvolvidas como fonte de geração de renda”.
A cada ano, a Assembleia acontece em um dos 10 municípios que compõem a Rede Mulher, com a proposta de fortalecer a luta e o engajamento das mulheres naquele município dentro da Rede. A coordenadora da Rede Mulher de Sobradinho, Almice Amando, fala sobre a importância de sediar a Assembleia: “Então, a proposta foi, quando nós estivemos em Remanso (Assembleia de 2022), que viesse aqui para Sobradinho para que a rede estivesse fortalecendo o município no sentido de caminhar junto com a Rede, está construindo com a Rede e ser Rede, que é o que nós somos. Então, para nós é uma alegria muito grande”.
A representante da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curacá (Coopercuc), Taiane Souza Costa, expõe o que mais lhe chamou a atenção durante o encontro. “Escutar em rede todas as experiências que essas mulheres já passaram, trazer para essa discussão, para esse espaço político, pedagógico, é de fundamental importância. (…) Entender todo o processo de como iniciou essa rede. E agora, a gente, engajando nesse processo, creio que tem muito a contribuir nesse processo”.
A Coopercuc, criada a partir da força e luta de mulheres agricultoras, participa pela primeira vez da Assembleia da Rede Mulher. “A gente vem, enquanto coordenação, enquanto mulher, também contribuir nesse processo e também levar isso para o nosso município. (…) acho que é necessário a rede, de fato, estar presente em todos os espaços”, destaca Taiane.
A Assembleia contou também com feira de artesanato e produtos agroecológicos, brechó, ciranda das crianças e noite cultural pensada como um momento de confraternização e diversão para as mulheres da Rede. “Muitas delas nos relatam que o momento que tem de festejar, de se encontrar com outras mulheres são nesses encontros da Rede. Então, a gente se preocupa também com o autocuidado delas”, conta Gizeli.
A Rede Mulher foi criada em 1988, por mulheres do campo e da cidade, em Remanso, com o desejo de contribuir para o processo de empoderamento das mulheres, a partir da troca de saberes, experiências, formações, feiras e atividades.
Texto: Eixo Educação e Comunicação
Foto: Rede Mulher