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Acolhida, análise de conjuntura, discussões e oficinas de artesanato, culinária e cadernetas agroecológicas fizeram parte da 20ª Assembleia da Rede Mulher do Território Sertão do São Francisco, realizada entre os dias 19 e 21 de agosto, em Remanso-BA. O primeiro encontro presencial da Rede Mulher após o início da pandemia da Covid-19, reuniu cerca de 90 mulheres representantes dos 10 municípios que integram o Território Sertão do São Francisco.
O tema central “Divisão Justa do Trabalho Doméstico” foi escolhido, pois o trabalho doméstico, que historicamente, é uma função exclusiva da mulher, se tornou ainda mais árduo na pandemia, sobrecarregando mulheres da cidade e do campo que tiveram suas rotinas alteradas. Portanto, é preciso tecer discussões acerca da divisão do trabalho doméstico, de modo que esta atividade seja dividida com todos e todas que constituem a rede familiar.
A Assembleia que acontece todos os anos, visa fortalecer e formar as mulheres multiplicadoras para animar a Rede em seus municípios. A colaboradora do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) e eleita a nova coordenadora territorial da Rede Mulher, Gizeli Maria Oliveira, destaca que as mulheres que participam do Encontro “são as multiplicadoras que levam informações para capacitar outras mulheres que ficaram nas comunidades e municípios, e que, por questões machistas não conseguem chegar neste espaço de discussão política”.
Assim, a Rede Mulher formada por mulheres do campo e da cidade contribui para o processo de empoderamento das mulheres, incentivando a troca de saberes, proporcionando ao longo dos anos, momentos de formação, troca de experiências e planejamento de ações a serem desenvolvidas nos municípios. Além de ser um espaço para comercialização e visibilização do trabalho dessas mulheres.
Este ano, a Assembleia geral realizou eleições para coordenadoras municipais, que realizam a articulação das ações da Rede em cada município; e coordenadora a nível territorial, para pensar atividades, gerenciar ações e articular entidades parceiras para as atividades.
Karine Pereira, eleita coordenadora municipal da Rede Mulher em Juazeiro, destaca que “Estar neste espaço é muito simbólico pelo fato de que a gente tem dentro deste coletivo, mulheres que têm histórias de vida relacionadas a experiências, muitas vezes, de violência doméstica, de retirada de direitos, ou porque simplesmente simpatizam com a Rede e querem participar para fortalecer ainda mais esta luta, como também pelo empoderamento”. Karine ressalta ainda que participar destes coletivos de mulheres “É sempre importante (…), pois além da gente estar fortalecida, a discussão, a formação de consciência, o empoderamento, a informação se fortalece ainda mais quando nós mulheres nos unimos. E se reunir enquanto território fortalece ainda mais a luta por casas de acolhimento para mulheres que são vítimas de violência, uma das pautas da Rede Mulher”.
Nesse sentido, o fortalecimento das mulheres, é também o fortalecimento de uma sociedade mais justa, pois reflete na educação construtiva, na política inclusiva, no trabalho e em todos os espaços importantes, dentro e fora de casa, se aproximando do Bem Viver, que é a proposta da Convivência com Semiárido.
Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: Rede Mulher do Território Sertão do São Francisco